Enfermeira hospitalista: por que ela é tão importante para os hospitais?

Enfermeira hospitalista: por que ela é tão importante para os hospitais?

A nova realidade vivida pelos hospitais, diante da pandemia da Covid-19, exige que os serviços sejam repensados e adaptados para garantir que não falte atendimento ou leitos. Isso vale tanto para pacientes infectados ou não. E na otimização dos processos, dentro das instituições em que a Medicina Hospitalar se faz presente, a figura da enfermeira hospitalista é marcante. “A enfermeira hospitalista é peça chave nesse engrenagem para que tudo funcione no tempo certo, na hora certa e com a melhor qualidade possível”, afirma o CEO da Eficiência Hospitalista (EH), André Wajner.

E para saber por que ela é tão importante nessa reestruturação, a Eficiência Hospitalista ouviu três profissionais que integram equipes de MH gerenciadas pela empresa, em hospitais de três diferentes estados, das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. São locais onde a EH implementou o modelo e, recentemente, o Plano de Crise para o enfrentamento ao novo coronavírus.

O papel da hospitalista

A enfermeira Daisy de Oliveira Marinho exerce a profissão já há oito anos. Ela é responsável pelo gerenciamento de leitos no Hospital Unimed Caruaru (PE), onde a Medicina Hospitalar foi implementada no ano passado. Desde que o projeto passou a fazer parte da rotina da instituição, há sete meses, ela passou a diferenciar as atividades realizadas pela enfermeira hospitalista e pela assistencial.

Enquanto a segunda desempenha funções voltadas para as questões essencialmente assistenciais, atendendo de forma mais imediatista as necessidades dos pacientes e equipe médica, a enfermeira hospitalista também se volta para as questões gerenciais do serviço. “Em suma, isso se dá otimizando o tempo de internação, reduzindo o índice de reinternação, sendo resolutiva em relação às pendências existentes. Sendo assim, para atuar de forma mais incisiva junto a equipe multiprofissional, se tornando ponte de ligação entre esses profissionais”, destaca.

Para Silvia Cristina dos Santos Ferreira, enfermeira hospitalista do Hospital Municipal de Contagem (MG), a sua participação é voltada para a “linha de frente” na desospitalização do paciente. Sempre integrada a um planejamento ao lado da equipe multidisciplinar. “O nosso papel é de suma responsabilidade por questões resolutivas, como na realização de procedimentos, na interação da equipe. Ou seja, visando uma assistência efetiva ao paciente”, afirma.

Multidisciplinar

E sobre a interação da equipe multiprofissional citada por Daisy, ela reforça que isso é fundamental no atual momento da saúde. Portanto, implica na melhora da qualidade do serviço. Segundo ela, “unir conhecimentos e tratar os pacientes de forma a envolver todos os aspectos fisiológicos, clínicos e psíquicos é o melhor caminho para enfrentar esse enorme desafio. Além disso, Silvia completa: “é a assistência direta aos pacientes em diferentes níveis de complexidade, nas ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde, de forma humanizada”.

Covid-19

No que se refere a essa nova realidade que se abateu sobre os hospitais, causada pelo aumento da demanda referente à Covid-19, as profissionais são unânimes: a enfermeira hospitalista é essencial nesse processo. Isso porque as suas atividades buscam garantir o cumprimento do plano terapêutico traçado para os pacientes, otimizando o tempo de internação. De acordo com Silvia, o objetivo é realizar ações de forma integral e contínua, visando a desospitalização com segurança ao paciente e a eficácia em giros de leitos.” Conforme Daysi, ao gerenciar as internações e altas e facilitar a rotatividade dos pacientes, a enfermeira hospitalista se torna essencial em meio à pandemia. “Atuamos no principal ‘gargalo’ dos hospitais, nesse momento, que é a falta concreta de leitos”, reforça.

Antes e depois

Mas impacto da pandemia da Covid-19 vai além da falta de leitos. Imediatamente, profissionais de saúde e hospitais tiverem que rever os seus processos para o enfretamento ao vírus. A enfermeira hospitalista Patrícia Fernandes de Melo, do Hospital São Lucas, de Cascavel (PR), viu isso de perto. “As instituições tiveram que se adaptar e reformular estratégias de melhorias imediatas. E as enfermeiras hospitalistas, assim com todo os profissionais, têm contribuído incansavelmente para melhoria dos processos”.

Acima de tudo, para Daisy, haverá um antes e um depois do vírus nos hospitais. “Estruturas físicas, processos gerenciais e formatos das equipes de saúde foram impactados de forma direta. Logo, isso acarretará numa mudança do perfil hospitalar daqui para frente”, diz. Nesse sentido, a enfermeira Silvia reforça: “É preciso estar atento a este novo momento. Mais do que nunca, precisamos prevenir e promover a saúde no ambiente de trabalho”.