O Hospital São Lucas, localizado no município paranaense de Cascavel, é uma das instituições que abriu as portas para a implementação da Medicina Hospitalar. Desde janeiro, a equipe multidisciplinar da Eficiência Hospitalista leva aos profissionais os conhecimentos sobre a especialidade. Além disso, garante o apoio necessário para que os resultados dessa solução de gestão sejam alcançados, que são qualidade assistencial e redução de custos.
A médica hospitalista Julia Barazetti Ferrari Alves, que integra o corpo clínico do hospital e está recebendo a capacitação, conta que entrar em contato com o novo modelo foi um desafio. Mas, com resultados significativos e que já refletem no serviço prestado aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Podemos notar impactos positivos no que diz respeito, principalmente, à assistência ao paciente e ao custo para hospital, quanto à suspensão de medicamentos desnecessários, adequação do tratamento, forma e via de administração dos medicamentos, giro de leitos e diminuição de permanência de internamento”, ressaltou.
São Lucas
O Hospital São Lucas atende à população de Cascavel — com mais de 320 mil habitantes — e municípios vizinhos, na região Oeste do Paraná. Conta com as especialidades de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ortopedia, Cardiologia, Neurologia e Obstetrícia. São 127 leitos particulares e 82 pelo SUS, voltados à atenção básica, média e alta complexidade. Além disso, atua como hospital-escola do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz (FAG).
Confira a entrevista!
Eficiência Hospitalista – Como está sendo a implantação do modelo de Medicina Hospitalar junto ao hospital?
Julia Aves – No inicio da implementação do Modelo de Medicina Hospitalar, junto ao hospital, apresentamos inúmeras dificuldades, o que é esperado frente a algo novo no nosso serviço. Hoje, após 7 meses, posso dizer que o modelo vem se aperfeiçoando e se concretizando mais a cada dia. Com certeza, ainda apresentamos algumas dificuldades e seguimos em busca de melhoria. Mas posso dizer que o crescimento, ao longo desses meses, foi exponencial e com impactos positivos para o nosso serviço.
EH – Qual os impactos que já podem ser observados?
JA – Ao decorrer desses meses, já podemos notar impactos positivos dentro do nosso serviço após a implementação do Modelo de Medicina Hospitalar, no que diz respeito, principalmente, a assistência ao paciente e ao custo para hospital, quanto à suspensão de medicamentos desnecessários, adequação do tratamento, forma e via de administração dos medicamentos, giro de leitos e diminuição de permanência de internamento.
EH – Quais as principais atividades dos hospitalistas, no São Lucas?
JA – As atribuições dadas aos médicos hospitalistas incluem a rotina diária de enfermaria dos pacientes Clínicos internados pelo SUS, realização de rounds multidisciplinares junto à farmácia clínica e enfermagem assistencial, regulação de leitos/pacientes para internamento para a Clínica Médica juntamente com a enfermeira da gestão de leitos, comanejo clínico cirúrgico de pacientes da Ortopedia que preencham os critérios clínicos, intercorrências do hospital e preenchimento do banco de dados do serviço de Eficiência.
EH – Como tem sido a interação da equipe para a consolidação do modelo?
JA – A interação com a equipe vem melhorando a cada dia, facilitando a implementação do Modelo e tornando a Medicina Hospitalista um modelo multiprofissional, de forma a fornecer melhor assistência ao nosso paciente e melhor estabelecimento e execução das condutas.
EH – Quantos profissionais têm na equipe e quais?
JA – A nossa formação é composta por duas equipes, com quatro membros em cada período, sendo eles o médico hospitalista, a farmácia clínica, enfermagem assistencial, sendo com um em cada período, e uma enfermeira responsável pela gestão de leitos.
“Foi preciso abraçar e persistir, para que todos percebessem que uma mudança seria necessária e muito benéfica para nosso trabalho”
EH – Qual o motivo da sua escolha em ser uma hospitalista e como tem sido essa transição?
JA – Minha escolha para ter entrado no serviço de medicina hospitalista foi devido a gostar do acompanhamento integral ao paciente, acreditar na importância que uma ação conjunta e multiprofissional têm para a melhoria da qualidade do atendimento e assistência ao paciente. Não vou mentir que, no inicio, foi fácil, pois tivemos muitas dificuldades, pois era algo novo para todo o serviço, incluindo nossa equipe. Mas foi preciso abraçar e persistir, para que todos os funcionários percebessem que, apesar de ser difícil lidar com uma mudança em um serviço já em andamento, ela seria necessária e muito benéfica para nosso trabalho, a longo prazo. Hoje, já posso dizer que me sinto bastante confortável e feliz nessa posição, uma vez que estamos recebendo muitos feedbacks positivos no impacto que esse modelo vem causando em nosso serviço.